sábado, outubro 18

Ken Miles foi uma figura marcante na história do automobilismo, embora não buscasse fama. Além de ser um excelente piloto, ele se destacou como engenheiro e mecânico, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de carros lendários, como o Ford GT40. Sua trajetória foi repleta de conquistas, mas também tragédias que até hoje tocam os fãs de corridas. A morte de Ken Miles pegou muitos de surpresa, gerando discussões sobre segurança nas pistas e nos testes automotivos. Neste artigo, vamos explorar o que realmente aconteceu no acidente que ceifou a vida desse ícone.

Quem foi Ken Miles

Antes de falarmos sobre o acidente, vamos entender quem foi Ken Miles. Ele nasceu na Inglaterra em 1918 e sempre teve uma paixão por motores. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu no exército britânico. Após a guerra, voltou-se para as corridas, mudando-se para os Estados Unidos e começando uma carreira promissora nas pistas da Califórnia.

Ken Miles não era apenas rápido, mas também possuía um conhecimento técnico impressionante. Trabalhou em estreita colaboração com Carroll Shelby, sendo fundamental para que a Ford superasse a Ferrari em Le Mans, em 1966, um dos maiores confrontos do automobilismo. Quem assistiu ao filme que retrata essa rivalidade pôde ver a importância desse piloto.

O auge da carreira

Nos anos 60, Ken Miles já era reconhecido como um dos melhores pilotos de testes e desenvolvimento. Ele era responsável por ajustar cada detalhe dos carros, compreendendo como otimizar potência, aerodinâmica e estabilidade. O GT40 se tornou competitivo, em grande parte, por causa de suas contribuições.

Em 1966, com a vitória da Ford em Le Mans, Ken deveria ter recebido o título, mas, devido a questões de regulamento e estratégia, esse reconhecimento não aconteceu. Apesar disso, sua importância para a equipe era indiscutível e ele seguiu se dedicando a novos projetos.

O dia do acidente

A tragédia que mudou tudo ocorreu em 17 de agosto de 1966, no Riverside International Raceway, na Califórnia. Ken Miles estava testando um protótipo experimental, o Ford J-Car. Este carro fazia parte da evolução do GT40, utilizando novas abordagens de aerodinâmica e materiais leves.

Durante um dos testes em alta velocidade, a estabilidade do carro falhou. Ele perdeu o controle em uma velocidade superior a 300 km/h, capotou violentamente, saiu da pista e pegou fogo. Ken não resistiu ao impacto e faleceu no local.

Por que o carro falhou

A grande pergunta após o acidente foi: o que ocorreu para que o carro falhasse? O Ford J-Car tinha uma carroceria nova, buscava reduzir peso para melhorar a aerodinâmica, mas essa inovação acabou gerando instabilidade em altas velocidades. Além disso, a estrutura do veículo não era totalmente segura, já que ainda estava em fase de testes.

A morte de Ken Miles serviu como um alerta para toda a indústria automobilística. A partir desse evento, a Ford e outras montadoras passaram a investir mais na segurança dos carros de corrida. O projeto J-Car foi reformulado e deu origem ao GT40 Mark IV, que em 1967 conquistou vitórias importantes com um design mais seguro.

A comoção no mundo das corridas

O falecimento de Ken Miles foi um choque para todos. Ele era admirado por colegas pilotos e engenheiros, pois seu trabalho era reconhecido como um avanço importante na tecnologia e no esporte. Sua morte não representou apenas a perda de um piloto, mas de um gênio que unia conhecimento técnico e prática de forma excepcional.

O grande parceiro de Ken, Carroll Shelby, ficou muito abalado. Muitos acreditam que, se Miles tivesse vivido mais tempo, poderia ter conquistado ainda mais vitórias e recebido títulos que lhe pertenciam por direito.

Legado deixado

Embora tenha falecido aos 47 anos, Ken Miles deixou um legado significativo. Ele é lembrado como o homem que ajudou a Ford a superar a Ferrari em Le Mans, um piloto incansável e um engenheiro detalhista.

Hoje, seu nome é mencionado sempre que se fala de desenvolvimento de carros de corrida. O filme que retratou sua história trouxe a figura de Ken para o conhecimento do público, mostrando não apenas suas vitórias, mas também suas qualidades como pessoa. Apesar de algumas liberdades dramáticas, o filme capturou a essência de Miles: um homem apaixonado por velocidade, justo e comprometido.

Como sua morte mudou a história das corridas

A tragédia de 1966 não foi em vão. O acidente de Ken Miles provocou uma mudança significativa nos métodos de teste de protótipos. A segurança passou a ser prioridade, resultando em novas regras e normativas. Adoção de cintos de segurança melhores, reforços estruturais e mais testes em túneis de vento tornaram-se essenciais.

Especialistas afirmam que Ken Miles, mesmo após sua morte, conseguiu salvar vidas, pois seu acidente expôs os perigos de ignorar a segurança em nome da velocidade. Essa tragédia alterou o caminho da engenharia automotiva, ajudando a estabelecer padrões que ainda são respeitados hoje.

O que aprender com a história de Ken Miles

A morte de Ken Miles nos lembra que, por trás das corridas emocionantes, existem riscos reais. Para cada vitória que vemos nas transmissões, há horas de trabalho em testes que podem ser perigosos, além do esforço incessante de engenheiros e pilotos comprometidos. Ken se tornou um símbolo de sacrifício no avanço do automobilismo.

Aprendemos também que o reconhecimento pode não acontecer em vida. Miles recebeu mais valorizações após sua morte, mas suas contribuições jamais foram esquecidas. Ele é lembrado como um herói discreto, que priorizava resultados a fama.

A morte de Ken Miles foi uma tragédia durante um teste em alta velocidade, mas seu legado permanece forte. Ele não foi apenas um piloto; foi um engenheiro, mentor e responsável por inovações que marcam a história do automobilismo. Sua paixão pelas corridas e seu trágico fim ressaltam a importância de priorizar a segurança. Hoje, ao assistirmos a corridas mais seguras e carros mais avançados, é impossível não reconhecer a influência de Ken Miles nesse processo.

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