Como você obtém suas informações na internet? Se utiliza tanto o Google quanto as redes sociais, qual das duas alternativas é a mais frequente? Entre as novas gerações, buscadores vêm sendo preteridos.
O Google foi lançado só em 1998, muito depois de a internet ser criada, mas bem antes dela ficar acessível à maioria das pessoas. Isso significa que para a maior parcela dos internautas, nunca existiu a rede mundial de computadores sem o buscador, sendo ele sinônimo de acesso a conteúdos digitais.
Vinte e sete anos depois, porém, as coisas mudaram de figura. O Google ainda é o site mais acessado do mundo, mas a sua competição agora é bem mais ferrenha: as redes sociais, acessadas tanto de um navegador de internet quanto de aplicativos, vêm “engolindo” um percentual alto dos acessos online.
O que se tem é um fenômeno onde muitos tipos de pesquisas, em especial aquelas voltadas para o entretenimento, são realizadas com as redes sociais. Esse é o tema de uma pesquisa da ExpressVPN, a qual vamos utilizar como base para explicar um pouco mais sobre essas mudanças de paradigmas.
Quais são as razões para pesquisas nas redes sociais?
Na pesquisa da ExpressVPN, os entrevistados citaram algumas razões pelas quais as redes sociais “se tornaram o novo Google”, a maioria delas relacionada com a possibilidade de interagir diretamente com outros indivíduos e compartilhar experiências; em especial na compra de produtos pela internet.
Outro motivo importante apontado na mesma pesquisa é o aspecto “audiovisual” das redes. Ao invés de apenas ler o que alguém falou sobre um produto em um site de vendas, os usuários compartilham relatos detalhados do que acharam, pontos positivos, negativos e mais. Há uma narrativa envolvente.
Levando em conta que as pesquisas voltadas ao entretenimento são a prioridade no tema desse texto, é fácil perceber porque um espaço com narrativas envolventes e experiências pessoais se sobressai quando comparado com uma ferramenta de pesquisas que entrega informações de jeito mais “cru”.
E quanto às ferramentas com inteligências artificiais?
Aliado às redes sociais, o estudo da ExpressVPN também cita ferramentas com inteligências artificiais como possíveis substitutas para o Google, em especial entre a parcela mais jovem dos internautas. No caso delas, as razões têm menor relação com o contato humano direto e com narrativas envolventes.
O valor nesse caso é baseado em dois pilares principais: a contextualização das perguntas feitas (no sentido de que a IA é capaz de “seguir a sua linha de raciocínio” e adequar as respostas) e a chance de realizar questões subsequentes. Isso resulta num tipo de pesquisa que soa mais como uma conversa.
No caso específico das buscas voltadas ao entretenimento, as IA ainda perdem um pouco tanto para as redes sociais quanto para o próprio Google, já que não são capazes de fornecer espontaneidade. Mesmo assim, é adequado dizer que elas vêm sendo cada vez mais utilizadas entre as novas gerações.
Há diferenças entre as gerações nas pesquisas online?
Nos tópicos anteriores nós citamos brevemente as novas gerações como mais dispostas a utilizar os métodos alternativos ao Google, o que é uma tendência apontada pela pesquisa da ExpressVPN. Em todos os pontos questionados pela plataforma, a geração Z valorizou as redes sociais e também as IA.
Os mais velhos, por outro lado, valorizam o Google um pouco mais. Isso faz sentido quando refletimos que uma característica de gerações mais antigas é o apego ao que é familiar. Quando nós colocamos o Google e demais mecanismos ao lado das inteligências artificiais, as IA são algo novo e “estranho”.
Isso não significa que as IA nunca conquistarão os públicos mais antigos, especialmente se durarem o suficiente para as gerações mais antigas envelhecerem, mas que a sua jornada para superar as redes sociais e o Google é mais árdua. Em todo o caso, é fato que o Google tem uma batalha dura à frente.
O impacto dos influenciadores nas buscas por entretenimento
Além da interatividade e do aspecto audiovisual, um fator decisivo para o crescimento das redes sociais como ferramenta de pesquisa é a presença dos influenciadores.
Hoje, muitas pessoas preferem buscar recomendações de filmes, séries e produtos em perfis de criadores de conteúdo que confiam, em vez de procurar por resenhas em sites tradicionais. Esse comportamento altera não apenas a forma como o entretenimento é consumido, mas também como ele é descoberto.
Outra razão pela qual as redes sociais têm se tornado um “Google do entretenimento” é a personalização dos conteúdos. Diferente dos buscadores, que exigem que o usuário formule uma pergunta para obter uma resposta, as redes sociais antecipam o que pode interessar a cada pessoa com base nos algoritmos.
Essa curadoria automática faz com que muitos descubram filmes, séries e tendências sem sequer procurá-los diretamente.
A ascensão das buscas por vídeo
O formato de pesquisa também tem mudado. Cada vez mais, usuários optam por buscar conteúdos diretamente no TikTok, YouTube e Instagram Reels, já que vídeos curtos oferecem respostas rápidas e dinâmicas.
Essa preferência pode explicar por que muitas pessoas deixam de lado os resultados tradicionais do Google para consumir informações em um formato mais interativo e visual.
Em plataformas como o TikTok, por exemplo, é comum que filmes, séries e outros tipos de entretenimento se tornem virais por meio de trechos ou resenhas em vídeo, com uma narrativa mais espontânea e até humorística.
Isso cria uma sensação de proximidade entre os usuários e os influenciadores ou criadores de conteúdo, o que os motiva a confiar mais nesses vídeos do que em resenhas escritas em sites tradicionais.
A facilidade de encontrar e consumir conteúdo em formato de vídeo também tem atraído cada vez mais usuários, que preferem essa abordagem mais rápida e acessível, sem a necessidade de ler longos artigos. Como resultado, muitos estão abandonando os motores de busca tradicionais, como o Google, em favor de uma experiência mais visual e personalizada proporcionada pelas redes sociais.